sábado, 26 de novembro de 2016

E aí, o Davi começou a andar?

E aí, o Davi começou a andar?
Esta foi a frase que mais escutei nos últimos meses, não tinha uma pessoa que não perguntava isso quando falávamos do Davi. Acho que é uma pergunta que todos fazem mesmo, afinal andar é um marco na vida de toda criança. Também é uma forma de puxar assunto e criar empatia. Porém, para nós, gerava uma certa pressão, afinal outros bebês andaram mais rápido que o nosso. 
Quando minha filha começou a andar eu viajava muito e perdi boa parte dessa fase. Agora, com o Davi, pude acompanhar de perto todo o processo, deu para ver cada pequena evolução, ficar em pé escorado, andar segurando nos móveis, dar alguns passos entre os sofás, ficar em pé sem apoio, andar empurrando as cadeiras, arriscar os primeiros passos sozinho em direção aos nossos braços, e por fim, andar sozinho pela casa, parar, andar novamente, virar e voltar sem depender de ninguém.
É um processo lento, desafiador, cheio de tombos e choros, mas para mim o pior é a frustração do corpo não responder ao cérebro. Várias vezes via que ele se planejava para andar de um ponto a outro, mas no meio do caminho caía, ou tentava se levantar e se desequilibrava, o choro então era sentido, mais por não ter conseguido do que pelo tombo em si.
Por outro lado, ver a carinha de felicidade do garoto ao conseguir andar pelo trajeto planejado, mesmo que cambaleando muito, não tem preço. Cada evolução era comemorada, por nós e mais ainda por ele, o sorriso contagiante mostrava claramente o sentimento de realização. Era como se ele gritasse: "Yeah,  consegui!"
Ele ainda anda como se estivesse em uma forte ventania, ou bêbado, balançando de um lado para outro, com as perninhas abertas para dar equilíbrio. Adora ficar andando em volta da mesa, tirando finas das quinas, dá várias voltas até que uma hora acaba acertando a cabeça em uma delas. Não adianta colocar protetor, ele tira todos.
Nessa fase não podemos nos descuidar um segundo sequer, é o dia inteiro atrás do garoto. Ao mesmo tempo que o vigio, 
me pego rindo do seu jeito de andar, do movimento inseguro das suas pernas e da felicidade estampada no rosto, é tanta fofura que nem percebo o trabalho que dá.

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