quinta-feira, 17 de setembro de 2015

As primeiras noites ....

Nos últimos meses, toda vez que contava que seria pai novamente, escutava os mesmos tipos de comentários:
- "Preparado para as noites sem dormir?" 
- "Ficou doido, agora que sua filha cresceu e você dorme a noite toda, resolveu sofrer de novo?
- "Aproveita para dormir agora, porque depois, sem chances."
Parece que estes são os grandes martírios dos pais de recém-nascidos, os choros, as cólicas e as mamadas noturnas que os impedem de dormirem uma noite completa de sono, pelo menos nos primeiros meses.
Com estas frases na cabeça e todos os receios que elas trazem, enfrentamos no hospital, a primeira noite com o Davi. 
Quando minha filha nasceu, a maternidade não deixava os bebês com as mães, ela ficou no berçário e vinha para mamar no quarto de tempos em tempos. Lembro que as enfermeiras vinham pelo corredor empurrando um carrinho cheio de bebês, todos enroladinhos, e iam deixando cada bebê em seu respectivo quarto. Por isso, não foi um experiência muito traumática, consegui até dormir um pouco.
Desta vez seria diferente, o Davi iria passar a noite toda com a gente. Quanta ansiedade, será que ele iria chorar a noite toda? As frases não saiam da cabeça e pensava: agora não tem volta, lá se foram as minhas noites de sono.
Mas por incrível que pareça, a emoção e a alegria de ver nosso filho com a gente no quarto superaria qualquer incômodo com a falta de sono. Na verdade eu fiquei quase a noite toda acordado admirando a beleza daquele pequeno ser, não tive vontade de dormir, queria até que ele acordasse mais vezes para poder pegá-lo nos braços.
A primeira noite foi tranquila, ele dormiu super bem, nós que tivemos que acordá-lo para mamar de 3 em 3 horas, pois era uma recomendação das enfermeiras. No outro dia pela manhã eu estava ótimo, mesmo só tendo cochilado um pouco a noite, estava feliz e animado com a bela noite de sono do meu filho, parecia que ele seria um bebê tranquilo.
Aí veio a segunda noite e o Davi mostrou a força do seus pulmõezinhos. Como estava mamando só o colostro, que não sustenta, o garoto não se saciava e não conseguia dormir. Ele mamava, pegava no sono, mas acordava logo em seguida com fome, chorando muito. Depois de algumas horas de mamadas, soninhos e muitos choros jogamos a toalha e chamamos as enfermeiras, que trouxeram um reforço de leite, acalmando a ferinha por algum tempo. 
Na manhã seguinte eu não estava tão bem como na anterior, afinal já eram duas noites sem dormir, além de não ser nada fácil lidar com o choro do filho e com a sensação de impotência, sem saber bem o que fazer para acalmá-lo. Também ficou a dúvida sobre como seriam as próximas noites, tranquilas como a primeira ou "animadas" como a segunda. 
Hoje, passados 15 dias, vejo que as noites têm sido relativamente tranquilas, um meio termo entre a primeira e segunda noites, ele acorda a cada 2 ou 3 horas com muita fome, mama e dorme novamente. Está dando até para descansar entre as mamadas.
Porém ainda é cedo para comemorar, o período das cólicas ainda não chegou... as noites futuras de sono continuam uma incógnita!





sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O Davi nasceu!

O grande dia chegou, depois de algumas consultas de acompanhamento, a médica enfim confirmou que o bebê estava pronto para nascer. Como estava sentado, tínhamos mesmo que partir para a cesariana e agendamos o parto para as 17 horas, o que nos deu algumas horas para preparar-nos para o grande evento. A Dani foi ao salão, revisamos os itens do enxoval, arrumamos as malas, fizemos uma boa refeição e chegamos com bastante antecedência à maternidade. O problema dessa antecedência toda foi que a ansiedade crescia exponencialmente a cada hora, as 17 horas o nível de tensão e nervosismo estava no limite, para piorar o parto atrasou mais 2 horas. Duas loooonnngas horas que pareceram vinte.
Durante todo este tempo, uma imagem não me saía da cabeça, o momento quando vi a carinha da minha filha pela primeira vez. Há 17 anos não era tão comum o pai acompanhar o parto e na época fiquei na porta do centro cirúrgico esperando. Lembro como se fosse ontem quando a enfermeira saiu com a Leticia nos braços, enrolada em uma pano verde e pude ver e tocar aquela coisinha mais linda e frágil que já tinha visto na vida.
Esta imagem e toda a ansiedade acumulada no dia me acompanharam até o vestiário, onde me troquei para entrar no centro cirúrgico. Neste momento todos os medos se foram e entrei muito calmo na sala onde minha esposa já estava preparada para o parto.
Foi uma experiência incrível, ver o bebê saindo da barriga e dando o primeiro choro, fazendo os primeiros movimentos, foi uma explosão de sentimentos ainda maior que aquela de 17 anos atrás. Na perinatal o pai participa de tudo, cortei o cordão e acompanhei o bebê até o berçário, onde participei de todos os procedimentos pós partos. Minha filha ficou grudada no vidro do berçário, doida para entrar lá e dar um beijo no irmão. 
O bebê subiu logo para o quarto, junto com a chegada da minha esposa, e minha filha pôde enfim tocar, sentir e falar com o irmãozinho.
A noite com o bebê foi muito legal, mas será assunto para um próximo post.
Ter um filho é realmente uma graça de Deus, é uma sensação indescritível, que não vou esquecer nunca mais, agora serão dois momentos que nunca mais sairão da minha cabeça!